"Não se atiram pedras em árvores que não dão frutos."
Mais uma vez, estamos diante de uma nova onda de ataques à Igreja por causa de denúncias (nem sempre comprovadas, é importante dizer) de pedofilia por parte de sacerdotes católicos. As denúncias pipocaram em seqüência, quase dando a impressão que se trata de ações orquestradas. Não foi a primeira e não será a última. De tempos em tempos, surgem destas ondas de ataques, mas todos os que previram o fim da Igreja e / ou tentaram destruí-la já encontraram o seu fim, e os atuais também vão encontrar o seu. A Igreja é instituição divina, tem a assistência direta do Espírito Santo, conforme prometido pelo próprio Jesus Cristo. Não é pelos nossos méritos, mas pelos de Cristo Jesus, que confiou a continuidade de sua obra à Igreja.
Mas, infelizmente, os sacerdotes também são seres humanos: falíveis, imperfeitos, sujeitos às quedas que todos nós estamos. Porém, pelo caráter sagrado destes, qualquer escorregão vira escândalo. Além disso, a visibilidade e a importância humana, histórica, cultural e religiosa da Igreja a torna mais visada que qualquer outra instituição. Um dado estatístico importantíssimo, que não pode ser ignorado nestas análises, é que o número de sacerdotes católicos é muitíssimo maior que o de pastores protestantes e o de rabinos; logo, é esperado que haja mais sacerdotes católicos envolvidos em problemas que os dois grupos anteriores, por uma mera questão populacional.
Outro dado, tão ou até mais importante que o anterior, é que a maioria esmagadora de pedófilos encontra-se, infelizmente, no seio do lar da criança violentada. Muitas vezes é o pai, o padrasto, um irmão, um tio, que praticam esses atos condenáveis sob todos os aspectos e ângulos. Também há pedófilos em todas as profissões e níveis da sociedade: há médicos pedófilos, juízes pedófilos, advogados pedófilos, trabalhadores rurais pedófilos, pastores pedófilos, rabinos pedófilos, e uma infinidade de exemplos mais.
A maior maldade, porém, é a tentativa sórdida de associar os casos de pedofilia ao celibato sacerdotal, como se os poucos casos de pedofilia envolvendo sacerdotes fossem a maioria, quando não são! Há pedófilos na sociedade em geral, como têm mostrado as várias operações internacionais recentes que a Interpol tem feito, com a participação da Polícia Federal brasileira, nas quais foram presos pedófilos hetero e homossexuais em várias partes do mundo. Em todas essas operações, não consta ter sido presos muitos sacerdotes católicos.
Recentemente, saiu um artigo lúcido e equilibrado do jornalista João Pereira Coutinho, publicado na Folha de São Paulo de 23/03/2010, que diz: “o jornalismo preguiçoso deveria separar a histeria anticatólica da verdade criminal”. Este mesmo texto ainda chama a atenção para o preconceito anti católico da nossa sociedade hipersexualizada, que não aceita o celibato religioso nem a moral sexual católica, considerando-os quase como uma aberração, tara ou desvio, quando não são. O mesmo artigo traz outro dado muito claro, da terra do Papa Bento XVI, a Alemanha: desde 1995, houve 210.000 (isso mesmo: duzentas e dez mil!) denúncias de abusos sexuais a menores; apenas 300 envolveram sacerdotes católicos – algo em torno de 0,2%.
Vários representantes da Igreja já se manifestaram a respeito, a exemplo do Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer:
http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/artigos/2010/artigos_100410_pedofilia.htm
O Bispo Auxiliar de Aracaju, Dom Henrique Soares:
http://costa_hs.blog.uol.com.br/arch2010-04-04_2010-04-10.html#2010_04-08_23_32_11-2574690-0
Por fim, louvemos a coragem evangélica e a lucidez do nosso Papa Bento XVI, que decretou tolerância zero para esses casos tristes e tem publicamente falado sobre o assunto, aceitado a renúncia de bispos que foram coniventes com esses abusos, destituído sacerdotes que foram comprovadamente pegos nesses atos e entregando-os às autoridades civis de cada país para as devidas sanções legais, pedindo perdão às vítimas e seus familiares e, mais que isso, tem oferecido a ajuda possível nesses casos.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
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