segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Campanha do MS encoraja o retardo da iniciação sexual



A primeira campanha do governo federal para promover a abstinência sexual como meio de evitar a gravidez na adolescência deve chegar às ruas no dia 3 de fevereiro. A estratégia de marketing para divulgar o que o governo chama de "iniciação sexual não precoce" está sendo desenhada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos em conjunto com o Ministério da Saúde e terá foco inicial nas redes sociais. A campanha pretende alcançar o público de 10 a 18 anos.
O objetivo é mostrar aos jovens os benefícios de adiar o início da vida sexual. De acordo com o secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício José Silva Cunha, a argumentação não é pautada em elementos religiosos e sim em estudos científicos.

A ministra Damares Alves (Mulher e Direitos Humanos) negou que suas convicções religiosas a influenciem na defesa da abstinência sexual entre adolescentes — campanha que o governo Bolsonaro lança no próximo dia 3, a 20 dias do Carnaval. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.

 "O argumento que eu estou buscando é: uma menina de 12 anos não está pronta para ser possuída. Se vocês me provarem, cientificamente, que o canal de vagina de uma menina de 12 anos está pronto para ser possuído todo dia por um homem, eu paro agora de falar”, completou.

“Se vocês me trouxerem o abaixo-assinado de um milhão de assinaturas de pais de crianças e adolescentes contra proposta – mas provando ter adolescente e criança em casa --, eu paro de falar. Quem pede isso é a família brasileira”, discursou.

Em entrevista, a ministra, que também é pastora, enfatizou ser a favor “da laicidade do Estado” e se colocou como “uma gestora pública” para defender que o argumento pela relação sexual tardia teria um fundo técnico, não religioso.

“Se vocês [jornalistas] têm uma fórmula melhor que essa [abstinência sexual], pelo amor de Deus, me tragam correndo. [Porque] Quem suscita a questão da religião é a imprensa”, reclamou.

A informação foi publicada em reportagem do jornal O Globo segundo a qual esse grupo de 120 cidades registrou queda de 26,6% nos homicídios no ano passado, na comparação com 2018, segundo levantamento do jornal a partir de dados sobre os municípios tornados públicos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.