segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Mais pesquisa sobre o vírus zika: o aborto não é solução



"Conter e lutar contra a propagação do vírus Zika e a consequente emergência sanitária é o maior desafio não só para os governos da América Latina, mas também para toda a comunidade internacional, que é solidária com as pessoas afetadas”. Esta é a referência contida na intervenção do Observador Permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas, mons. Bernard Auza.

O arcebispo falou durante um debate interativo sobre a propagação do vírus, organizado pelo Conselho Económico e Social da ONU para analisar esta emergência sanitária que atingiu especialmente a América Latina.

Em seu discurso – informado pela Rádio Vaticano – Mons. Auza ressaltou que o cerne da questão é o fortalecimento da pesquisa: “A suposta ligação entre Zika e má formação do feto – disse – é uma preocupação excessivamente grave, que merece uma ação coordenada da comunidade internacional”. Portanto, “é necessário mais investigação para determinar a ligação entre o vírus, os casos de microcefalia e a síndrome de Guillain-Barré.”

O prelado, solicitou especialmente aos governos para colaborarem para parar a difusão do vírus e fornecer aos infectados adequados tratamentos e acesso às curas necessárias, evitando o pânico e, especialmente, a promoção de práticas abortivas.

Não deixamos para trás “os pobres” “especialmente os anciãos, as crianças e os descapacitados”, com maior risco de não terem acesso “aos instrumentos de prevenção, às informações e aos tratamentos médicos”, disse Auza, contando entre os mais vulneráveis as gestantes e as crianças nos seus ventres.
Em todo caso, destacou, nem todas as mulheres grávidas infetadas correm o risco de dar à luz crianças doentes. Assim também esperam confirmações científicas as hipóteses de que o vírus seja transmitido sexualmente. Portanto, é necessário “adequada vigilância” e não “pânico”, sugeriu o observador da Santa Sé, denunciando o recente apelo de alguns membros dos governos e também do Departamento do Algo Comissariado da ONU, para a liberação de lei sobre aborto e o acesso aos remédios abortivos, como instrumento de prevenção para o nascimento de crianças doentes.

“Uma resposta ilegítima a esta crise”, – advertiu Auza – que, colocar fim à vida de uma criança “não é definitivamente prevenção”. A promoção de uma política tão radical – condenou o delegado do Vaticano – é a confirmação de uma falha da comunidade internacional para impedir a propagação da doença e desenvolver e fornecer os tratamentos médicos que têm necessidade as mulheres gestantes e as suas crianças, para evitar doenças no nascimento ou mitigar os seus efeitos e levar a gravidez a termo”.

O Observador Permanente da Santa Sé concluiu o seu discurso recordando “o dever de proteger toda a vida humana, saudável ​​ou deficiente, com igual empenho, não deixando ninguém para trás”.