domingo, 14 de fevereiro de 2010

Direitos humanos para quais humanos?


Está em curso no Brasil mais uma tentativa de aprovar leis que atendem aos interesses de uma minoria autoritária que está no comando do país: o Plano Nacional de Direitos Humanos 3. Essa minoria está, mais uma vez, tentando fazer valer sua vontade contra a vontade da maioria do povo brasileiro, que é um povo tolerante, pacífico e profundamente religioso. Não há, entre nós, disputas religiosas nem raciais intransponíveis, nem há qualquer problema na manifestação religiosa de quem quer que seja, de qualquer religião, apesar do fato inegável e irrefutável do Brasil ter sido criado e plasmado sob o signo da cruz e de ter sido a fé católica o motor da maioria das ações criadoras neste país. Nosso primeiro nome, assim que oficialmente descoberto, foi Terra de Santa Cruz! Quantas cidades, rios, lagos, lugares, têm nomes de santos católicos! Muitas de nossas cidades, talvez a maioria, têm nas igrejas católicas seus marcos de fundação e seus pontos referenciais mais importantes. Como querer esconder esta realidade tão palpável?
Esse mesmo grupo está tentando, ainda, pasmem, mudar os nomes de lugares públicos históricos para nomes ligados à corrente de pensamento político atualmente no poder, numa clara tentativa de reescrever a História. Muitas ditaduras de várias vertentes já tentaram o mesmo...
O que ainda piora as coisas é que querem calar os setores da sociedade contrários a este nefasto plano, principalmente a Igreja; como se nós, cristãos e católicos em particular, não tivéssemos direito de voz nem de voto. Gostaria apenas de lembrar que vivemos em um país democrático, onde todos têm direito de manifestar a sua opinião. E mais: esta mesma democracia que permite a todos manifestar a sua opinião é de origem cristã...
O tal Plano Nacional de “Direitos Humanos”, da maneira que foi proposto, fere mortal e frontalmente valores cristãos que estão profundamente enraizados na alma do nosso povo. Como pode a vontade de uma minoria que está no poder prevalecer sobre a vontade de todo o povo brasileiro? Causa estranheza e até revolta que um presidente que veio do povo, como ele próprio gosta de dizer, tenha aprovado tal projeto tão autoritário e ofensivo para grande parte da população. Talvez ele diga como disse em várias outras ocasiões infelizes de seu governo: que não sabia de nada...
Gostaria de destacar apenas 3 pontos mais polêmicos: a liberação do aborto, o “casamento” homossexual e a proibição da ostentação de símbolos religiosos em lugares e repartições públicos.
O aborto é um crime dos mais pérfidos e perversos, pois atinge seres humanos quando estão em sua fase de vida mais frágil e são completamente indefesos. A vida começa na concepção, desde que o espermatozóide se une ao óvulo, mesmo antes da primeira divisão celular. A vida é o nosso bem maior, que todos temos a obrigação de defender.
Por que equiparar a união homoafetiva ao casamento? Cada pessoa é livre para fazer da sua vida o que quiser, sem ser discriminado por isso, mas não tem o direito de obrigar terceiros, principalmente crianças, a viver sob condições contrárias à lei natural, à lei humana devidamente aprovada nas instâncias competentes e ao plano de Deus, que criou o casamento como união indissolúvel entre um homem e uma mulher. Os homossexuais devem fazer valer seus direitos civis enquanto cidadãos, como nos casos de heranças, pensões, cobertura de dependentes em planos de saúde, por exemplo; mas estes pontos podem ser resolvidos através de um contrato civil – não precisa haver casamento formal para tais efeitos.
Tirar os símbolos religiosos dos lugares públicos é de um autoritarismo sem precedentes. Vivemos em um estado laico, mas laico não é sinônimo de anti-religioso, e sim de respeito a todas as religiões. A maioria do povo brasileiro é cristã e não há nenhum problema em mostrar a sua religião. Novamente vemos uma minoria de matriz ideológica socialista e marxista querendo impor o seu ponto de vista e o seu poder provisório e transitório contra o pensamento da maioria da população.
Que Deus nos ajude e nos ilumine a enfrentar mais esta investida contra a Igreja e contra o povo católico do nosso Brasil. Que possamos todos fazer como o nosso patrono, São Paulo: “ai de mim, se não anunciar o Evangelho!”.

(artigo publicado no jornal "O Semeador", nº 689, de 13/02/2010, na coluna do MCC)