terça-feira, 3 de maio de 2022

Suprema Corte dos USA dá sinais que vai derrubar o direito ao aborto

 



Esta semana, o vazamento de um documento interno preliminar da Suprema Corte dos USA (equivale ao nosso STF) dá indicação de mudança de entendimento sobre o tristemente célebre caso Roe x Wade, que entendeu ser o aborto direito das mulheres americanas.

O direito ao aborto, nos USA, existe desde 1973, mas nunca foi consenso. Na época, o caso foi decidido a favor do aborto por uma suprema corte de maioria democrata, historicamente favorável ao aborto.

A Suprema Corte atual tem maioria conservadora, de posição contrária ao aborto.

Que Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa, ilumine as mentes e os corações para livrar a todos do flagelo do aborto.

Para ler mais:

https://www.poder360.com.br/internacional/suprema-corte-dos-eua-deve-derrubar-direito-ao-aborto/

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61305145


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

IV Encontro Nacional dos Médicos Católicos


 


Acontecerá em Brasília, DF, o primeiro encontro brasileiro dos médicos católicos e, se Deus permitir, a fundação da Associação Nacional dos Médicos Católicos.

O encontro acontecerá de 12 a 14 de novembro de 2021, na Paróquia Nossa Senhora da Esperança, em Brasília, DF

Este encontro está sendo organizado pela associação dos médicos católicos de Brasília.

Inscrições:

https://congresso.medicoscatolicos.com.br

Até lá!




sexta-feira, 12 de março de 2021

Um ano de pandemia de Covid19

 



Olá, meu leitor


Ontem, 11 de março de 2021, completou-se um ano da declaração de pandemia do novo coronavírus pela OMS.

No mundo, hoje, ocorreram mais de 118 milhões de casos, destes, 2.600.000 mortes.

Aqui no Brasil, houve 11.000.000 de casos e mais de 265.000 mortes.

O surgimento de novas variantes e o cansaço da população, que leva ao afrouxamento das medidas sanitárias, aliado ao negacionismo de muitos, que ainda não entenderam o tamanho do problema que estamos vivendo, está nos levando ao colapso do sistema de saúde em muitos Estados brasileiros.

A politização da pandemia só nos trouxe tristeza e atrasos, como o negacionismo das vacinas, única arma realmente efetiva nesta luta, além da aposta em tratamentos ineficazes...

As equipes de saúde estão esgotadas, desfalcadas, saturadas. E ainda temos muito chão pela frente...

Há alguns dias, encontrei este vídeo com uma música muito apropriada para este momento terrível que estamos vivendo. Que ela sirva como uma injeção de ânimo nesta luta tão difícil.

Como dia a letra, resistiremos! E que Deus continue a nos ajudar a resistir, enfrentar e lutar!




sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Adeus, 2020. A Deus, 2021

 


 

Olá, meu leitor!

 

 Dois mil e vinte foi, definitivamente, o ano do coronavirus. Este virus chinês colocou o mundo de joelhos e fez-nos ver que, apesar de todo o progresso material, científico, cultural, ainda somos apenas o que somos: seres frágeis, limitados, fracos.

A covid19 veio nos mostrar o quanto dependemos da Natureza, o quanto dependemos e precisamos uns dos outros e, principalmente, o quanto dependemos de Deus.

Estamos ainda engatinhando na nossa luta contra este virus, que não respeita fronteiras, países, culturas, climas, poderio tecnológico e militar. Muito já foi feito, mas muito ainda precisa ser feito.

Todos fomos afetados, de maneiras e intensidades diferentes. Para muitos isolamento, trabalho de casa, crianças fora da escola, desemprego. Para outros, como os profissionais da saúde, muito trabalho, incessante, cansativo, com risco da própria vida - e muitos tombaram nesta guerra...

Dois mil e vinte e um vai ser um ano misto: no início, uma continuação de 2020: máscaras, distanciamento, álcool gel. Ainda teremos muitos casos, infelizmente. Quando chegarem as vacinas, após todos se vacinarem e atingirmos a tão sonhada imunidade de rebanho, poderemos começar a voltar a nossa vida normal; creio que no segundo semestre começaremos o retorno a normalidade.

Que Deus nos ajude a enfrentar tão grande alteração nas nossas vidas. Que Ele ampare e conforte os doentes e familiares desta doença terrível, receba os mortos em seus braços de Pai e continue dando forças a todos nós que trabalhamos nesta pandemia.

Feliz 2021!


sábado, 24 de outubro de 2020

Consenso de Genebra pede o fim da promoção do aborto

 



O Brasil e outros 31 países assinaram nesta quinta-feira (22) o Consenso de Genebra, um acordo internacional em defesa da vida, da saúde das mulheres, do fortalecimento da família e da soberania de cada nação na política global. Brasil, Estados Unidos, Egito, Hungria, Indonésia e Uganda comandaram a formulação do acordo.

Pelo Brasil, participaram do evento com vídeos gravados a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, esteve ao vivo no evento, que ocorreu por videoconferência.

“É a primeira vez que uma coalizão multilateral foi construída em torno do tema da defesa da vida”, afirmou Pompeo. “Juntos, representamos todas as maiores religiões do mundo. É um grupo de países que respeita a vida, e os Estados Unidos estão orgulhosos de estar entre eles.”

Segundo Pompeo, o acordo representa “mais do que concordar quanto à importância desses temas”. “Estamos firmando um compromisso de trabalhar juntos dentro das Nações Unidas e em outras plataformas internacionais para atingir resultados concretos”, disse o secretário de Donald Trump.

As conversas e reuniões que levaram à elaboração do Consenso de Genebra se deram no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU). A celebração do acordo ocorre cinco meses depois do previsto inicialmente – havia sido marcada para maio deste ano, na assembleia anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a pandemia da Covid-19 forçou o adiamento.

No vídeo que gravou para o evento, o chanceler brasileiro Ernesto Araújo afirmou que o Brasil assume o “mais alto compromisso de promover a saúde e assegurar o bem estar das mulheres” e defende “a centralidade da família como unidade fundamental da sociedade”.

"Rejeitamos categoricamente o aborto como método de planejamento familiar, assim como toda e qualquer iniciativa em favor de um direito internacional ao aborto, ou que insinue esse direito, ainda que veladamente”, disse Araújo.

Alex Azar, secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, discursou ao vivo no evento, e foi incisivo em suas críticas a agências da ONU e a nações desenvolvidas. Ele afirmou que as nações signatárias do Consenso de Genebra pedem que a ONU e suas agências foquem em esforços concretos que desfrutem de consenso amplo entre estados-membros, em vez de tentar introduzir conceitos que nunca serão um consenso.

“Com frequência cada vez maior, algumas nações ricas e agências da ONU ligadas a elas estão equivocadamente pregando o aborto como um direito humano universal. Esses esforços pressionam países a instituírem leis a favor do aborto ou se arriscarem a perder investimentos ou status em fóruns internacionais”, disse Azar.

“Tragicamente, mulheres ao redor do mundo sofrem problemas de saúde – às vezes, problemas fatais –, enquanto várias nações ricas e instituições internacionais colocam um enfoque míope em uma agenda radical que é ofensiva para muitas culturas”, afirmou.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/consenso-de-genebra-onu-aborto/ 

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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Um cavalo vale mais que uma criança?

 

 

Olá, meu leitor!

Dois fatos relacionados à vida aconteceram estes dias aqui no Brasil, e a inversão de valores é gritante.

No dia 20 de julho, a OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, entrou com uma representação no STF, em nome da égua Flor (você não leu errado: égua, fêmea do cavalo)  para suspender a eutanásia do animal, que estava prenha, e tinha uma doença crônica incurável, mas não transmissível para humanos. 

Neste mês de agosto de 2020, uma criança de 11 anos, no Espírito Santo, que vinha sendo estuprada desde os 6 anos por um tio, foi levada às pressas para o Recife para fazer o abortamento do filho, já com 22 semanas - quase 6 meses! Pasmem: a promotoria de justiça quer saber quem são os fundamentalistas que tentaram convencer a criança a não abortar!

O estuprador da criança tem que ser preso e punido exemplarmente, nada justifica a pedofilia e pior: a criança engravidou!

Porém, ao defender e realizar o aborto em um domingo de tarde, quase às escondidas, apressadamente, para não dar tempo nem oportunidade de tentar salvar as duas crianças, os defensores desta atrocidade, além de terem matado um inocente completamente indefeso, ainda conseguiram colocar outro trauma na jovem mãe: o de ter abortado...

Hoje a medicina consegue salvar crianças que nasceram com 5 meses de gestação. Será que não havia mesmo condições de aguardar o termo da gestação e então entregar a criança para adoção? Será que havia realmente necessidade disso tudo?

Nada contra os cavalos, mas seria necessário recorrer ao STF por causa de um equino, por mais valioso que fosse?

Analisando as duas notícias, vemos que um cavalo tem mais valor que uma criança, neste nosso Brasil. E o meu querido Estado de Pernambuco, onde nasci, está se tornando a terra do aborto. Muito triste...

Que Deus tenha piedade de nós...


sexta-feira, 27 de março de 2020

Papa reza pelo fim da epidemia de coronavirus



Papa Francisco: Abraçar o Senhor para abraçar a esperança

Com o cenário inédito da Praça São Pedro vazia com o Papa Francisco diante da Basílica Vaticana, o Pontífice afirmou que é "diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos povos”. Francisco falou ainda da ilusão de pensar :que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente".

Abraçar o Senhor para abraçar a esperança:

Esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram em meio à tempestade causada pela pandemia do coronavírus.

Diante de uma Praça São Pedro completamente vazia, mas em sintonia com milhões de pessoas através dos meios de comunicação, o trecho escolhido para a oração dos fiéis foi a tempestade acalmada por Jesus, extraído do Evangelho de Marcos.

E foi esta passagem bíblica que inspirou a homilia do Santo Padre, que começa com o “entardecer…”.

“Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.”

Estamos todos no mesmo barco

Estes mesmos sentimentos, porém, acrescentou o Papa, nos fizeram entender que estamos todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”.

Neste mesmo barco, seja com os discípulos, seja conosco agora, está Jesus. Em meio à tempestade, Ele dorme – o único relato no Evangelho de Jesus que dorme – notou Francisco. Ao ser despertado, questiona: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).

“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade.”

A ilusão de pensar que continuaríamos saudáveis num mundo doente.

Com a tempestade, afirmou o Papa, cai o nosso “ego” sempre preocupado com a própria imagem e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos.

“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»”

O Senhor então nos dirige um apelo, um apelo à fé. Nos chama a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. “O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.” 

A heroicidade dos anônimos

Francisco cita o exemplo de pessoas que doaram a sua vida e estão escrevendo hoje os momentos decisivos da nossa história. Não são pessoas famosas, mas são “médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho”.

“É diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos”, afirmou o Papa, que recordou que a oração e o serviço silencioso são as nossas “armas vencedoras”.

A tempestade nos mostra que não somos autossuficientes, que sozinhos afundamos. Por isso, devemos convidar Jesus a embarcar em nossas vidas. Com Ele a bordo, não naufragamos, porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, inclusive as coisas negativas. Com Deus, a vida jamais morre.

Temos uma esperança

Em meio à tempestade, o Senhor nos interpela e pede que nos despertemos. “Temos uma âncora: na sua cruz fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor.”

Abraçar a sua cruz, explicou o Papa, significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de onipotência e posse, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. “Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança.” Aqui está a força da fé e que liberta do medo. Francisco então concluiu:

 “Deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo, desça sobre vocês, como um abraço consolador, a bênção de Deus.”

Ao final da homilia, o Pontífice adorou o Santíssimo e concedeu a bênção Urbi et Orbi, com anexa a Indulgência Plenária.

terça-feira, 24 de março de 2020

Papa reza pelos médicos e sacerdotes mortos na pandemia de Covid19




Na Missa na Casa Santa Marta desta terça-feira (24/03), o Papa rezou pelos profissionais da saúde e pelos sacerdotes que estão dando assistência aos doentes do coronavírus, colocando em risco a própria vida. Até hoje, na Itália, são 24 médicos mortos em sua atividade de assistência aos que foram atingidos pelo Covid-19. Quase cinco mil agentes de saúde também foram contagiados. Cerca de 50 sacerdotes morreram por causa desta pandemia. 

A seguir, as palavras do Santo Padre no início da celebração:
Recebi a notícia que nestes dias faleceram alguns médicos, sacerdotes, não sei se algum enfermeiro, mas se contagiaram, foram contaminados porque estavam a serviço dos doentes. Rezemos por eles, por suas famílias, e agradeço a Deus pelo exemplo de heroísmo que nos dão na assistência aos doentes.
Ao final, a oração recitada pelo Papa:

Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!
 

segunda-feira, 23 de março de 2020

Os médicos e a pandemia Covid19



Olá, meu leitor.

Recebi esta figura de uma amiga muito querida, que retrata bem a situação que todos nós, profissionais de saúde e, particularmente, os médicos, que estamos na linha de frente do combate desta epidemia, nos sentimos neste momento.

Todos os dias chegam notícias de novos casos e mortes por esta epidemia, que já se espalhou por todo o mundo, e que obrigou muitos países do mundo a adotar medidas restritivas pesadas para a população, como é o caso da quarentena instituída em muitos lugares, inclusive aqui no Brasil.

A letalidade, isto é, o número de mortos, é baixa, e ocorre nos grupos mais vulneráveis da população, que são os idosos e os imunodeprimidos em geral, seguindo o mesmo comportamento de outras viroses respiratórias.

Atualmente, o país mais afetado é a Itália; hoje foram contadas mais de 600 mortes.

Destes casos, há muitos médicos e enfermeiros. Na Espanha, 12% e na Itália 20% dos afetados pela epidemia são profissionais da saúde. Mas apesar disto, continuamos a enfrentar a epidemia na linha de frente, já com algumas baixas; felizmente, de pouca gravidade.

Que Deus nos ajude a enfrentar esta situação que exige o engajamento de todos. É preciso ter calma neste momento. Pânico não ajuda em nada.

Precisamos todos nós continuar com as medidas preventivas: lavar as mãos e evitar aglomerações.

Outra coisa importante: tudo isto vai passar. Façamos a nossa parte para que transcorra com o menor número de baixas possível.

Que Deus nos ajude. A oração de todos nos revigora e fortalece para o combate.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Mensagem do Papa para XXVIII dia mundial do doente



MENSAGEM DE SUA SANTIDADE PAPA FRANCISCO
PARA O XXVIII DIA MUNDIAL DO DOENTE
(11 DE FEVEREIRO DE 2020)

«Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos,
que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28)

Queridos irmãos e irmãs!

Estas palavras ditas por Jesus – «vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos» (Mt 11, 28) – indicam o caminho misterioso da graça, que se revela aos simples e revigora os cansados e exaustos. Tais palavras exprimem a solidariedade do Filho do Homem, Jesus Cristo, com a humanidade aflita e sofredora. Há tantas pessoas que sofrem no corpo e no espírito! A todas, convida a ir ter com Ele – «vinde a Mim» –, prometendo-lhes alívio e recuperação. «Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobres, doentes, pecadores, marginalizados pelo ditame da lei e pelo opressivo sistema social. Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir a sua palavra, uma palavra que incutia esperança» (Angelus, 6 de julho de 2014).

No XXVIII Dia Mundial do Doente, Jesus dirige este convite aos doentes e oprimidos, aos pobres cientes de dependerem inteiramente de Deus para a cura de que necessitam sob o peso da provação que os atingiu. A quem vive na angústia devido à sua situação de fragilidade, sofrimento e fraqueza, Jesus Cristo não impõe leis, mas, na sua misericórdia, oferece-Se a Si mesmo, isto é, a sua pessoa que dá alívio. A humanidade ferida é contemplada por Jesus com olhos que veem e observam, porque penetram em profundidade: não correm indiferentes, mas param e acolhem o homem todo e todo o homem segundo a respetiva condição de saúde, sem descartar ninguém, convidando cada um a fazer experiência de ternura entrando na vida d’Ele.

Porque tem Jesus Cristo estes sentimentos? Porque Ele próprio Se tornou frágil, experimentando o sofrimento humano e recebendo, por sua vez, alívio do Pai. Na verdade, só quem passa pessoalmente por esta experiência poderá ser de conforto para o outro. Várias são as formas graves de sofrimento: doenças incuráveis e crônicas, patologias psíquicas, aquelas que necessitam de reabilitação ou cuidados paliativos, as diferentes formas de deficiência, as doenças próprias da infância e da velhice, etc. Nestas circunstâncias, nota-se por vezes carência de humanidade, pelo que se revela necessário, para uma cura humana integral, personalizar o contacto com a pessoa doente acrescentando a solicitude ao tratamento. Na doença, a pessoa sente comprometidas não só a sua integridade física, mas também as várias dimensões da sua vida relacional, intelectiva, afetiva, espiritual; e por isso, além das terapias, espera amparo, solicitude, atenção, em suma, amor. Além disso, junto do doente, há uma família que sofre e pede, também ela, conforto e proximidade.

Queridos irmãos e irmãs enfermos, a doença coloca-vos de modo particular entre os «cansados e oprimidos» que atraem o olhar e o coração de Jesus. Daqui vem a luz para os vossos momentos de escuridão, a esperança para o vosso desalento. Convida-vos a ir ter com Ele: «Vinde». Com efeito, n’Ele encontrareis força para ultrapassar as inquietações e interrogativos que vos surgem nesta «noite» do corpo e do espírito. É verdade que Cristo não nos deixou receitas, mas, com a sua paixão, morte e ressurreição, liberta-nos da opressão do mal.

Nesta condição, precisais certamente dum lugar para vos restabelecerdes. A Igreja quer ser, cada vez mais e melhor, a «estalagem» do Bom Samaritano que é Cristo (cf. Lc 10, 34), isto é, a casa onde podeis encontrar a sua graça, que se expressa na familiaridade, no acolhimento, no alívio. Nesta casa, podereis encontrar pessoas que, tendo sido curadas pela misericórdia de Deus na sua fragilidade, saberão ajudar-vos a levar a cruz, fazendo, das próprias feridas, frestas através das quais divisar o horizonte para além da doença e receber luz e ar para a vossa vida.

Nesta obra de restabelecimento dos irmãos enfermos, insere-se o serviço dos profissionais da saúde – médicos, enfermeiros, pessoal sanitário, administrativo e auxiliar, voluntários –, pondo em ação as respetivas competências e fazendo sentir a presença de Cristo, que proporciona consolação e cuida da pessoa doente tratando das suas feridas. Mas, também eles são homens e mulheres com as suas fragilidades e até com as suas doenças. Neles se cumpre de modo particular esta verdade: «Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre» (Angelus, 6 de julho de 2014).

Queridos profissionais da saúde, qualquer intervenção diagnóstica, preventiva, terapêutica, de pesquisa, tratamento e reabilitação há de ter por objetivo a pessoa doente, onde o substantivo «pessoa» venha sempre antes do adjetivo «doente». Por isso, a vossa ação tenha em vista constantemente a dignidade e a vida da pessoa, sem qualquer cedência a atos de natureza eutanásica, de suicídio assistido ou supressão da vida, nem mesmo se for irreversível o estado da doença.
Quando vos defrontais com os limites e possível fracasso da própria ciência médica perante casos clínicos cada vez mais problemáticos e diagnósticos funestos, sois chamados a abrir-vos à dimensão transcendente, que vos pode oferecer o sentido pleno da vossa profissão. Lembremo-nos de que a vida é sacra e pertence a Deus, sendo por conseguinte inviolável e indisponível (cf. Instr. Donum vitae, 5; Enc. Evangelium vitae, 29-53). A vida há de ser acolhida, tutelada, respeitada e servida desde o seu início até à morte: exigem-no simultaneamente tanto a razão como a fé em Deus, autor da vida. Em certos casos, a objeção de consciência deverá tornar-se a vossa opção necessária, para permanecerdes coerentes com este «sim» à vida e à pessoa. Em todo o caso, o vosso profissionalismo, animado pela caridade cristã, será o melhor serviço ao verdadeiro direito humano: o direito à vida. Quando não puderdes curar, podereis sempre cuidar com gestos e procedimentos que proporcionem amparo e alívio ao doente.

Infelizmente, nalguns contextos de guerra e conflitos violentos, são atacados o pessoal sanitário e as estruturas que se ocupam da receção e assistência dos doentes. Nalgumas áreas, o próprio poder político pretende manipular a seu favor a assistência médica, limitando a justa autonomia da profissão sanitária. Na realidade, atacar aqueles que se dedicam ao serviço dos membros sofredores do corpo social não beneficia a ninguém.

Neste XXVIII Dia Mundial do Doente, penso em tantos irmãos e irmãs de todo o mundo sem possibilidades de acesso aos cuidados médicos, porque vivem na pobreza. Por isso, dirijo-me às instituições sanitárias e aos governos de todos os países do mundo, pedindo-lhes que não sobreponham o aspeto econômico ao da justiça social. Faço votos de que, conciliando os princípios de solidariedade e subsidiariedade, se coopere para que todos tenham acesso a cuidados médicos adequados para salvaguardar e restabelecer a saúde. De coração agradeço aos voluntários que se colocam ao serviço dos doentes, procurando em não poucos casos suprir carências estruturais e refletindo, com gestos de ternura e proximidade, a imagem de Cristo Bom Samaritano.

À Virgem Maria, Saúde dos Enfermos, confio todas as pessoas que carregam o fardo da doença, juntamente com os seus familiares, bem como todos os profissionais da saúde. Com cordial afeto, asseguro a todos a minha proximidade na oração e envio a Bênção Apostólica.

Vaticano, Memória do SS. Nome de Jesus, 3 de janeiro de 2020.

Franciscus