segunda-feira, 25 de março de 2013

Habemus Papam: Francisco!


Habemus Papam: Francisco!

Quem tinha alguma dúvida que é o Espírito Santo quem guia a Igreja, dissipou-a agora. Valeu a velha máxima que quem entra Papa no conclave, sai cardeal. As casas de apostas tiveram prejuízos astronômicos, porque ninguém esperava sua eleição.

O Papa Francisco causou-me a melhor impressão possível. É o primeiro Papa americano, da América do Sul, primeiro jesuíta e o primeiro a usar o nome Francisco. Chama a atenção sua simplicidade, humildade e cuidado pastoral, que não começaram agora. Já como Arcebispo de Buenos Aires ele já se mostrava assim. A escolha do nome Franscisco é um claríssimo indicativo do seu jeito de governar a Igreja, que já está aparecendo.

Depois do grande Bento XVI, que iluminou a Igreja com a sua doutrina, vem um Papa mais pastoral, em uma saudável alternância de estilos, que ilustra tão bem a enorme diversidade de dons e carismas que existem na Igreja, e que ajudam a formar a sua riqueza humana e espiritual.

Não cabem comparações entre os Papas sobre quem seria melhor ou pior. Cada um, no seu tempo, foi o melhor para a Igreja. Francisco não é melhor nem pior que Bento XVI, nem que João Paulo II, nem que nenhum outro Pontífice - são todos diferentes, e cada um cumpriu seu papel dentro do seu tempo e de suas circunstâncias.

Por enquanto, a imprensa mundial ainda está em êxtase com o novo Papa, e já começaram as especulações sobre possíveis reformas que Francisco poderia fazer. Ele pode reformar o acessório, mas nunca o essencial. Dentro de sua simplicidade, ainda como Arcebispo de Buenos Aires, ele expôs seu pensamento de forma cristalina e contundente. Algumas frases do novo Papa:

Sobre aborto:
"O problema moral do aborto é de natureza pré-religiosa. No momento da concepção está o código genético da pessoa. Ali já existe um ser humano. Separo o tema do aborto de qualquer concepção religiosa. É um problema científico. Não permitir o desenvolvimento de um ser que já dispõe do código genético de um ser humano não é ético. Abortar é matar alguém que não pode se defender."

Sobre crença:
"A Igreja defende a autonomia das questões humanas. Uma autonomia saudável é uma laicidade saudável, em que se respeitam as diferentes competências. A Igreja não vai dizer aos médicos como devem realizar uma operação. O que não é bom é o laicismo militante, aquele que toma uma posição antitranscendental ou exige que o religioso não saia da sacristia. A Igreja dá os valores, e os outros que façam o resto."

Sobre pedofilia:
"Que o celibato traga como consequência a pedofilia está descartado. Mais de 70% dos casos de ´pedofilia se dão no entorno familiar e na vizinhaça: avôs, tios padrastos e vizinhos. O problema não está vinculado ao celibato. Se um padre é pedófilo, ele o é antes de ser padre. Agora, quando isso ocorre, jamais se deve fazer vista grossa. Não se pode estar em uma posição de poder e destruir a vida de outra pessoa. (...) Recentemente, na Irlanda, foram revelados casos após vinte anos, e o papa disse claramente: 'tolerância zero com este crime'. Admiro a valentia e a retidão de Bento XVI sobre este assunto."

Sobre união homossexual:
"Não sejamos ingênuos: não se trata de uma simples luta política. Pretende-se a destruição do plano de Deus. É uma jogada do pai da mentira para confundir e enganar os filhos de Deus."

Que a Santíssima Trindade, Nossa Senhora e São Francisco o amparem e auxiliem na dificílima tarefa que ele abraçou.

Obrigado pela leitura e pela visita!