sábado, 13 de junho de 2009

Os santos juninos

O mês de junho é muito querido por todos nós, brasileiros e nordestinos em especial, por causa das festas juninas, todas dedicadas a alguns dos santos mais queridos da nossa Igreja: Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo. Mais ainda: junho é mês dedicado pela Igreja ao Sagrado Coração de Jesus. E haja festa!

No dia 13 de junho comemoramos Santo Antônio, Doutor da Igreja. Nasceu em Lisboa, Portugal, nos fins do século XII. Destacou-se como insigne pregador do Evangelho, convertendo muitos hereges com suas magistrais pregações, principalmente na França e na Itália. Iniciou sua vida religiosa com os Dominicanos, mas depois de sua ordenação sacerdotal, seduzido pelo ideal de Francisco de Assis, de quem foi contemporâneo, tornou-se franciscano, e foi como tal que morreu já em odor de santidade, na cidade de Pádua, Itália, no ano de 1231, tanto que foi canonizado apenas 11 meses depois de sua morte. Foi o primeiro professor de teologia de sua Ordem. Este grande Santo é muito querido e admirado nestas terras brasileiras, com milhares de dioceses, paróquias, catedrais, igrejas e capelas dedicadas a ele. Santo Antônio já foi ou é capitão do Exército, oficial da polícia militar, vereador e vários outros títulos e condecorações dadas a ele por devoção de seus fiéis. Também é conhecido como santo casamenteiro, daí as inúmeras simpatias e promessas feitas por moças casadoiras a ele para arranjar um casamento...

São João Batista, o último e o maior dos profetas da Bíblia, o maior dos homens nascidos de mulher, como declarou o próprio Jesus, ao referir-se a ele (Mt 11, 11). Viveu vida de asceta, com muitas privações e provações. Enquanto no deserto, vestia-se de peles e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre (Mt 3, 4). Foi a voz que clamou no deserto para que o povo preparasse os caminhos do Senhor e endireitasse suas veredas (Cf. Is 40 ,3; Mt 3, 3). Ele anunciou o Cristo, o Messias, seu primo (Mt 3, 11) a quem batizou no Rio Jordão (Mt 3, 13-17) – ele que nem se considerava digno de desatar Suas sandálias. Ainda no ventre de sua mãe, Isabel, prima de Nossa Senhora, pulou de alegria ao receber a visita de seu primo, Jesus, também ainda no ventre de Sua Mãe (Lc 1, 41). Morreu decapitado por Herodes, por ter denunciado seu casamento com Herodíades, mulher de seu irmão (Mc 6, 14-29). É o único santo que a Igreja comemora o nascimento (24 de junho) como solenidade e o martírio (29 de agosto) como memória.

Por último, mas não menos importantes, dois pilares da Igreja, tão igualmente importantes que são comemorados juntos no dia 29 de junho: São Pedro e São Paulo. Neste dia, pela íntima relação com a fundação da Igreja e sua continuidade, também é comemorado o dia do Papa. Pedro foi o escolhido pelo próprio Cristo para ser a Pedra sobre a qual Ele fundou a Sua Igreja (Mt 16, 18-19). Pedro é a autoridade, a unidade da Igreja, que continua até os nossos dias ininterruptamente na pessoa do Papa. Paulo, que literalmente caiu por terra ao ser interpelado pelo próprio Cristo (“Saulo, Saulo, por que me persegues?” –Cf. At 9, 1-9), passou de perseguidor implacável de cristãos a apóstolo. Escreveu boa parte da Doutrina da Igreja, expressa nas suas cartas apostólicas, que formam boa parte do Novo Testamento da Sagrada Escritura, e em suas viagens para propagar o Evangelho.

Finalmente, todo o mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que é comemorado mais solenemente na sexta-feira após o 2º domingo depois de Pentecostes. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção. Nosso Senhor apareceu a Santa Maria Margarida Alacoque, e fez-lhe 12 promessas a quem cultue Seu Sacratíssimo Coração. Como conseqüência dessas aparições, no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.

* Texto publicado no jornal O Semeador, na colua do MCC, em junho de 2008