quarta-feira, 20 de maio de 2009

O papa e os preservativos 2

O Papa e os preservativos 2

Meus caros,

Não esperava tanta polêmica (graças a Deus!). Recebi várias manifestações por email e pessoalmente, e percebi que, por culpa minha, não fui entendido - não me expressei bem. Vou tentar explicar melhor.

Quem é católico e segue fielmente os preceitos da Igreja não precisa de preservativos. Um casal casto e fiel não corre riscos de adquirir doenças sexualmente transmissíveis por via sexual.

Não sou contra os preservativos – pelo contrário! Quem não quer seguir os preceitos da Igreja, ou não consegue se controlar, que os use e seja feliz! O problema é o que querem fazer na África, que é o mesmo que querem (leia-se Ministério da Saúde e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde) fazer aqui no Brasil: transformar os preservativos na panacéia que resolveria o gravíssimo problema das doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS. Absolutamente, não é distribuindo preservativos que se evita essas doenças. É preciso uma campanha educativa permanente para ensinar, principalmente aos jovens, que estão iniciando suas vidas sexuais cada vez mais cedo, que sexo é coisa séria demais para virar objeto de brincadeiras ou substrato de experiências inconseqüentes. Sexo é sagrado, sexo é vida! E tem conseqüências seríssimas!

Educação sexual não é ensinar a fazer sexo – todo mundo sabe fazer sexo, é instintivo. Educação sexual é abrir os olhos para a realidade e mostrar o ônus e o bônus de cada relação sexual. Distribuir preservativos, simplesmente, como fazem no carnaval, é incentivar a prática do sexo, com a falsa sensação de segurança que o preservativo traz. Tão importante quanto usar preservativos é reduzir o número de parceiros sexuais. É matemático: quanto maior o número de parceiros, maior o risco de adquirir infecções. A Organização Mundial de Saúde classifica como promíscuo quem tem mais de dois parceiros sexuais por ano! Entretanto, nas campanhas “educativas” que se fazem aqui, só se referem ao uso de preservativos. Ninguém diz uma palavra sobre redução de parceiros. Pelo contrário: até se incentiva a encontrar o seu “amor de carnaval”. Ou ainda pior, como fizeram em Porto Alegre: máquinas automáticas de distribuição de camisinhas em escolas secundárias. Isto não é educação sexual, é incentivo ao ato sexual!

Em caso de parceiros sexuais já infectados com alguma doença sexualmente transmissível, como HIV/AIDS, hepatite B, gonorréia, sífilis, HPV etc, ou se a condição clínica for desconhecida (parceiro(a) novo e/ou desconhecido), aí é camisinha antes, durante e depois. Não se pode brincar de pegar doenças que são graves, incuráveis e letais, na maioria das vezes. A vida é o bem maior, que tem que ser preservada.

Permaneço à disposição para quaisquer esclarecimentos, seja aqui, como comentário, seja pelo email.

Obrigado pela paciência, até a próxima!

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A gripe suína e a nossa condição humana

Estava hoje, uma sexta-feira, fazendo o balanço da semana agitada que tive, com os dois pacientes suspeitos de Influenza A (antiga gripe suína) que estavam internados no HEHA (antigo HDT). Um deles foi descartado e já foi liberado; o outro ainda vai ficar uns dias interno porque seu exame deu o que nenhum médico gosta de ver: resultado inconclusivo. Ou seja, nem sim, nem não. Na dúvida, mais alguns dias de hospital, até sair do risco de contaminação.
Sempre que aparece uma situação destas, como também ocorreu há 5 anos, com a pneumonia asiática; ano passado, quando houve o aparecimento de casos graves de febre amarela e um mini surto de sarampo na Bahia, (ambos pronta e eficazmente controlados, é importante dizer); eu fico pensando na fragilidade da nossa vida humana, que pode se acabar como um nada, por causa de um simples vírus. E tem tanta gente que se acha muita coisa, e outros tantos que não se acham: têm certeza...
Lá no hospital, além desses dois casos de Influenza A, tem um tétano, vários casos de dengue, inúmeros doentes de AIDS, vários destes terminais. Muitas doenças que poderiam ter sido evitadas por uma simples vacina, ou que foram causadas pelas más escolhas que fazemos na vida em relação ao sexo, alimentação, práticas "recreativas", como beber, fumar, cheirar...
Só me vem à cabeça a exortação que recebemos na Quarta-feira de Cinzas, ao início da Quaresma: "tu és pó, e a ele hás de voltar..."

sábado, 9 de maio de 2009

O papa e os preservativos

Reproduzo aqui texto divulgado pela Zenit no último 06 de maio. Para variar, interesses escusos tentam menosprezar a posição da Igreja, reduzindo toda a gravíssima situação da AIDS no continente africano (e por tabela, em todo o mundo) a uma questão de usar ou não preservativos, como se isto fosse suficiente e correto.

A barca de Pedro não afunda, pois tem assistência direta do Espírito Santo. Mas que as tempestades têm sido fortes, têm...

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Ocidente não tem direito de impor preservativo a africanos
Carta aberta de um grupo de estudantes camaroneses

ROMA, quarta-feira, 6 de maio de 2009 (ZENIT.org).- «Dizemos com firmeza nosso ‘não’ a este modelo cultural totalmente estranho a nossos valores e tradições, que nos está sendo imposto como determinante da melhoria de nossa vida.» Com estas palavras, um grupo de estudantes dos Camarões divulgou na Europa uma carta aberta, recebida pela Zenit, contra os ataques ao Papa por suas palavras sobre o preservativo, durante a viagem apostólica a Camarões e Angola no mês de março passado.

Nela, exige-se ao Diretor executivo do Fundo Mundial para a luta contra a AIDS, aos deputados belgas e aos ministros de Saúde espanhol, alemão e de Exterior francês, que «peçam perdão ao Papa e aos africanos».

Este grupo denuncia que a imprensa ocidental «instrumentalizou injustamente, em uma violenta campanha sabidamente orquestrada» as palavras do Papa, e que os ataques recebidos por este constituem «uma vergonhosa ingerência na realidade africana».

Os assinantes afirmam que os autores das críticas «identificaram o continente africano como um dos principais mercados de chegada dos preservativos para fazer crescer suas economias sociais. O jogo está claro: as indústrias do preservativo estão no Ocidente».

«O Santo Padre tocou na chave do problema, alarmando os agentes deste florescente negócio na África», acusam.

Para estes estudantes, utilizou-se o Papa como «bode expiatório» para «defender seus interesses econômicos ocultos após a exportação de suas práticas contraconceptivas a países com forte crescimento demográfico».

«Que promovam e defendam o uso do preservativo em sua casa, já que esta escolha corresponde às suas concepções antropológicas sobre o ser humano, mas não têm direito a impor suas escolhas aos africanos», acrescentam.

Especialmente, exigem ao Ocidente que «peça perdão aos africanos» por «enganá-los, apresentando-se como os verdadeiros benfeitores, quando na realidade não o são».

«De que serve proteger os africanos com o preservativo se depois os matam com tantos mecanismos de exploração ou com as armas pela guerra de interesses políticos e econômicos desses mesmos benfeitores?»

As pessoas na África «não morrem apenas de AIDS, e por isso é mentira dizer que o preservativo salva vidas humanas», acrescentam.

«Pedimos, portanto, a estes supostos benfeitores da África que deixem, de uma vez por todas, de especular com ela. É necessário inverter a tendência: a pobreza da África não deve fazer mais a riqueza dos países já desenvolvidos.»

Por último, os autores exigem ao Fundo para a luta contra a AIDS que destine os fundos com os quais conta «ao envio massivo de recursos para escavar poços de água e para construir implantes fotovoltaicos para a produção de energia solar, com o qual se favoreça uma distribuição massiva de água e luz».

«Estes são os bens essenciais e decisivos para a África, e todos os agentes da cooperação internacional ao desenvolvimento são muito conscientes disso. Esta é a ajuda humanitária que a África precisa para desenvolver-se, e não o preservativo», concluem.

Mais informação em: studentidelcamerun@yahoo.fr